Preciso ouvir a voz do vento
para sentir que ainda sou
e existo
na dor que me consome aos poucos.
A incerteza é tudo.
Só ela é perfeitamente clara
no pensamento gasto inultimente.
Cansaço. Até de mim.
Nós olhos que piscam para não chorar.
Um doloso encontro com a ausência.
A voz do vento vai passando.
Lá fora.
Só eu inexisto
Aguia
Publicado no Recanto das Letras em 28/11/2006
Código do texto: T303985
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